sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os exercícios integrados no Futebol

Os exercícios de treino, em qualquer modalidade desportiva, são a principal ferramenta de trabalho de treinadores e preparadores físicos.


É através deles que jogadores e equipas buscam o maior desenvolvimento de suas capacidades de jogo.


A Preparação Física no Futebol, bem como em outros desportes coletivos, teve seu grande “boom” de desenvolvimento durante a década de 70. Alguns pesquisadores sobre o assunto afirmam que o período anterior aos anos 70 pode ser considerado como a pré–história da Preparação Física.


O principal motivo que culminou no grande desenvolvimento da preparação fisica foi a descoberta dela enquanto diferencial competitivo, ou seja, as equipes melhores condicionadas fisicamente começaram a conquistar mais vitórias.


Assim, houve uma corrida em busca de profissionais preparados a desenvolver estas capacidades nos atletas, aparecendo desta forma uma figura muito importante no quotidiano actual do Futebol, o preparador físico.


Porém, naquela altura os profissionais mais preparados para desenvolver este tipo de trabalho não se encontravam no Futebol, e sim no Atletismo, na Natação, no Levantamento de Peso, entre outras modalidades individuais, com características bem diferentes do Futebol (Espín, 2002 e Bezerra. 2001). Desta maneira a metodologia empregada na preparação fisica do Futebol também foi “importada” destes desportos, metodologia esta que era baseada na Teoria do Treinamento de Matveév.


Nos dias de hoje, em centros de excelência no treino do Futebol há uma busca cada vez maior pelo aumento da especificidade. Uma das alternativas para resolver este problema é a utilização de exercícios que contemplem uma estrutura de rendimento que seja próxima à realidade do jogo. Para isto, estes exercícios devem conter componentes técnicas, táticas, estratégicas, físicas e até mesmo psicológicas que são encontradas no jogo de Futebol. Estes exercícios são chamados de exercícios integrados (Chirosa Rios e Chirosa Rios, 2002).


Sá (2001, p. 20) afirma que estes exercícios, sob a forma de jogos reduzidos, possuem elevada ligação aos problemas de jogo, ou seja, com os problemas que tanto jogadores, quanto equipa, devem resolver dentro do campo.


Giménes (1999) afirma que através da manipulação de algumas variáveis nos jogos reduzidos é possível induzir o comportamento dos jogadores e consequentemente induzir a orientação para os diferentes problemas de jogo. Estas variáveis são:
bola: tamanho, peso e quantidade;
metas: tamanho, número e até mesmo na forma de se atingi–la (a meta pode ser transformada em zonas específicas no campo, tempo de posse de bola, número de passes consecutivos, entre outras);
espaço: dimensões e forma;
jogadores: quantidade;
tempo: duração;
regras: podem ser adicionadas regras que vão limitar ou induzir a ação dos jogadores; ex: número de toques consecutivos na bola permitidos por jogador, obrigatoriedade de circulação de bola pelos integrantes da equipa, entre outras.


Segundo Puygnaire e col. (2003), é possível também atingir um objetivo físico determinado, durante a realização de um jogo reduzido, através da manipulação destas mesmas variáveis supracitadas. Ou seja, a manipulação destas variáveis vai provocar também a modulação da intensidade do exercício no jogo reduzido, e assim, atingir uma capacidade física específica. Para Ferreira (2002), no treino desportivo podem ser consideradas cinco grandes zonas de intensidade. Segundo o mesmo autor anteriormente citado, o treino nestas zonas de intensidade promoverá no organismo algumas adaptações específicas

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